A imagem mostra a banda Paramore se apresentando ao vivo no Royal Albert Hall, em Londres, no dia 19 de junho de 2017. No centro, a vocalista Hayley Williams canta energicamente, gesticulando com as mãos enquanto segura o microfone. Ela está vestida com uma jaqueta preta, uma camiseta com o nome "Paradise" e uma saia dourada brilhante. Ao fundo, a banda, formada por membros como o baterista e o guitarrista, também está envolvida na performance. O guitarrista usa óculos de sol e uma camisa branca, tocando com entusiasmo. O palco está iluminado com luzes neon verticais em tons de rosa e azul, criando uma atmosfera vibrante e eletrizante. O público levanta as mãos, claramente animado com o show. A foto, registrada por Ralph PH, captura a energia do momento e a conexão entre a banda e seus fãs.
Paramore se apresenta ao vivo no Royal Albert Hall, de Londres, em 19 de junho de 2017. Foto por Ralph PH.
22/10/2024 | Por Marlos Ápyus

Como a Paramore me ajudou a usar melhor as redes sociais

É possível usar o poder dos algoritmos a nossa favor — e ainda se tornar fã de uma banda no processo

Eu nunca havia dado a menor atenção à Paramore. Sabia que falava a um público mais jovem… e só. Mas a For You me entregou no TikTok o trecho no qual a banda insere “Heart of Glass” em “Hard Times“. Eu gostei e, como de hábito, curti a postagem. Minutos depois, recebi mais um corte em que Hayley Williams esbanja simpatia, beleza, sensualidade e um jeito bem próprio de dançar. E um outro. E mais outro. Era obviamente uma reação do algoritmo à minha primeira interação. Mas, em vez de me indignar com o que tantas vezes soa como manipulação dos nossos sentimentos, eu me perguntei se conseguiria tomar as rédeas da situação.

Abri o Instagram, pesquisei por Paramore, curti meia dúzia de vídeos, adotei como regra interagir com qualquer conteúdo que fizesse menção à banda, e aguardei. Dias depois, as sugestões da minha página de busca estavam tomadas por Hayley.

Logo surgiu a dúvida se eu conseguiria fazer o inverso, menosprezando conteúdos específicos até que sumissem do meu feed. Eu, que usava o Twitter para concentrar meu consumo do noticiário, passei a ‘saltar’ no Insta qualquer postagem informativa. E, novamente em questão de dias, meu feed era puro entretenimento.

Desde então, manipulo o algoritmo de acordo com os meus interesses. Se uma música me irrita, não deixo que chegue ao terceiro segundo de audição. Se sinto falta de alguma amizade, visito o perfil, dou bastante atenção a meia dúzia de conteúdos, e já no dia seguinte a pessoa volta a conviver digitalmente comigo. Se um vídeo me causa algum nível de estresse, arrasto para cima e imediatamente dedico minha atenção ao próximo. Se me agrada, abro o perfil, vejo outros três vídeos do mesmo criador, e logo o sistema o inclui na minha rotina.

Os algoritmos são pensados para otimizar os ganhos das redes sociais que utilizamos. Como estratégia, incrementam a entrega de tudo o que mais consome nossa atenção. Por regra, somos bem passivos no processo. Mas o motor também funciona caso queiramos guiá-lo aos nossos objetivos independente de o tiro eventualmente sair pela culatra — no último ano, de acordo com o LastFM, Paramore foi um dos 20 projetos que mais escutei. Virei fã da banda e lamento muito não ter ido ao show que fizeram em São Paulo quando eu ainda residia lá.

Pode acontecer.

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Publicado por

Marlos Ápyus

Jornalista e Músico

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